Esta sentença não pode ser tomada literalmente. Aqui o sentido de ambas categorias não se confunde com a realidade circunstancial que no momento estamos a sentir nos vários cenários da conjuntura brasileira.
Tanto no aspecto religioso como no político, podemos identificar, subitamente, alguns traços característicos destes dois fenômenos que transparecem nas almas das civilizações, a saber, e, mais bem localizado no nosso contexto:
1) Religioso: charlatanismo, alienação, psicologismo, manipulação da boa-fé, mercantilismo do sagrado, manifestação de neuroses coletivas, mitolização do simbólico etc.
2) Político: corrupção, incompetência, manipulação midiática e ideológica, desonestidade, interesses, só e somente só, particulares, falta de ética e moralidade, despolitização popular, omissão dos pensadores e instituições que ainda gozam de credibilidade, falta de postura profética etc.
O senso do religioso quando vem atrelado indistintamente ao original significado do político, numa nação na qual ainda estão presentes elementos culturais profundamente cristãos, não pode ser dispensada, nem ingenuamente, criticada a relação do sagrado com o profano.
O homem é um ser religioso, tanto quanto o é político. Quem o nega não faz a hermenêutica da História, no passado, no presente e, por isso, não o fará no futuro. As formas de viver a relação com o sagrado mudaram; porém, o desejo permanente do transcendente não mudou. Podemos fazer, ainda, uma sístole e, outrossim, uma diástole com estes fenômenos arraigados na condição humana. O que nos falta são critérios de escolha para uma possível e necessária síntese da ação.
O fortalecimento da nossa identidade existencial acontece de modo dialético e continuado. No âmbito religioso, o substrato que dá as condições para o ‘estar no mundo’ é a lúcida vivência desta forma humana-espiritual, sendo considerado os aspectos externos e internos. O Homem religioso que se mostra forte internamente, mas não se revigora externamente, não poderá perfurar a mentalidade comum que, como um espírito, anima a vida da Sociedade com seus mecanismos de ataque e defesa, manipulação e controle, poder e força, sabedoria e ignorância, maldade e bondade, violência e paz, injustiça e justiça, tristeza e alegria. O encontro do religioso e do político acontece é nesta dinâmica vivencial da Comunidade.
A Comunidade é constituída por pessoas. Ao dizer isto, se implica que há uma configuração subjetiva que se manifesta nas várias realidades manipuláveis pelo próprio ser humano. Pode haver entrelaçamento conveniente dos reais que se entrecruzam. Quando um está fraco, pode ser construído o robustecimento do outro que tem o seu espaço no tempo. O ponto de partida deve ser de dentro para fora. Quem tentar de fora para dentro já começará com o que mais lhe enfraquece. Existe uma perspectiva interna que não só ser pensada; mas, antes de tudo, vivida. O que é humano só tem significado no que é próprio do Humano.
Por fim, todos nós temos responsabilidades e qualidades inerentes. Nós as realizamos formal e concretamente? Jesus tem algo nos dizer: “Eu sou a vinha, vós sois os ramos: aquele que permanece em mim e no qual eu permaneço, esse produzirá fruto em abundância, pois, separados de mim, nada podeis fazer (Jo 15,5)”. Sendo assim, cabe a pergunta: Com quem estamos e onde estamos? Quem se contenta com as migalhas que vêm de Deus, recebe Tudo. Porque Ele é Tudo! Quem se contenta com os restos que são dados por medíocres, é só mais um... Nós nos tornamos fracos quando esquecemos Quem e o que representamos.
Assim o seja!
Pe. Matias Soares
Pároco de São José de Mipibú-RN
Tanto no aspecto religioso como no político, podemos identificar, subitamente, alguns traços característicos destes dois fenômenos que transparecem nas almas das civilizações, a saber, e, mais bem localizado no nosso contexto:
1) Religioso: charlatanismo, alienação, psicologismo, manipulação da boa-fé, mercantilismo do sagrado, manifestação de neuroses coletivas, mitolização do simbólico etc.
2) Político: corrupção, incompetência, manipulação midiática e ideológica, desonestidade, interesses, só e somente só, particulares, falta de ética e moralidade, despolitização popular, omissão dos pensadores e instituições que ainda gozam de credibilidade, falta de postura profética etc.
O senso do religioso quando vem atrelado indistintamente ao original significado do político, numa nação na qual ainda estão presentes elementos culturais profundamente cristãos, não pode ser dispensada, nem ingenuamente, criticada a relação do sagrado com o profano.
O homem é um ser religioso, tanto quanto o é político. Quem o nega não faz a hermenêutica da História, no passado, no presente e, por isso, não o fará no futuro. As formas de viver a relação com o sagrado mudaram; porém, o desejo permanente do transcendente não mudou. Podemos fazer, ainda, uma sístole e, outrossim, uma diástole com estes fenômenos arraigados na condição humana. O que nos falta são critérios de escolha para uma possível e necessária síntese da ação.
O fortalecimento da nossa identidade existencial acontece de modo dialético e continuado. No âmbito religioso, o substrato que dá as condições para o ‘estar no mundo’ é a lúcida vivência desta forma humana-espiritual, sendo considerado os aspectos externos e internos. O Homem religioso que se mostra forte internamente, mas não se revigora externamente, não poderá perfurar a mentalidade comum que, como um espírito, anima a vida da Sociedade com seus mecanismos de ataque e defesa, manipulação e controle, poder e força, sabedoria e ignorância, maldade e bondade, violência e paz, injustiça e justiça, tristeza e alegria. O encontro do religioso e do político acontece é nesta dinâmica vivencial da Comunidade.
A Comunidade é constituída por pessoas. Ao dizer isto, se implica que há uma configuração subjetiva que se manifesta nas várias realidades manipuláveis pelo próprio ser humano. Pode haver entrelaçamento conveniente dos reais que se entrecruzam. Quando um está fraco, pode ser construído o robustecimento do outro que tem o seu espaço no tempo. O ponto de partida deve ser de dentro para fora. Quem tentar de fora para dentro já começará com o que mais lhe enfraquece. Existe uma perspectiva interna que não só ser pensada; mas, antes de tudo, vivida. O que é humano só tem significado no que é próprio do Humano.
Por fim, todos nós temos responsabilidades e qualidades inerentes. Nós as realizamos formal e concretamente? Jesus tem algo nos dizer: “Eu sou a vinha, vós sois os ramos: aquele que permanece em mim e no qual eu permaneço, esse produzirá fruto em abundância, pois, separados de mim, nada podeis fazer (Jo 15,5)”. Sendo assim, cabe a pergunta: Com quem estamos e onde estamos? Quem se contenta com as migalhas que vêm de Deus, recebe Tudo. Porque Ele é Tudo! Quem se contenta com os restos que são dados por medíocres, é só mais um... Nós nos tornamos fracos quando esquecemos Quem e o que representamos.
Assim o seja!
Pe. Matias Soares
Pároco de São José de Mipibú-RN
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